terça-feira, 21 de junho de 2016

NOS TRILHOS DA GRANDE ROTA DO VALE DO COA


Para este Domingo (19 de Junho), véspera do primeiro dia do solestício de Verão, a proposta velocipédica passava por fazer uma revisitação à (já famosa) GRVC - Grande Rota do Vale do Coa, no trecho compreendido entre Cinco Vilas, na área do Município de Figueira de Castelo Rodrigo, até ao seu términos junto ao Museu do Coa.
A fazer fé no TRACK projectado, esperavam-nos cerca de 80 Km com um acumulado ascendente a rondar os 2 100 m.
Apenas eu e o meu "puto" mais novo. Até mais por insistência dele. 
O rapaz andava mortinho por dar uma boa "coça" à sua nova montada!
Alguns cuidados, especialmente ao nível da hidratação, pois sabíamos que desde Cinco Vilas até Algodres não iríamos encontrar um único ponto de água potável.
As previsões meteorológicas apontavam para um dia quente que, efectivamente, constataríamos no terreno. Quando atravessámos a Faia Brava o sol zurrava-nos no dorso na sua forma mais intensa. A temperatura ambiente deveria andar bem acima dos 30 ºC!
Poucos minutos passariam das 8,00 horas quando demos inicio a esta aventura. E que aventura, meus amigos!
Até à aldeia de Reigada limitámo-nos a progredir por trilho paralelo à EN 332 (no sentido Figueira C. Rodrigo\Almeida). Após o que seguimos na direcção de Cinco Vilas até acertarmos com as marcas da GRVC.
Não esperava grandes facilidades no que toca à limpeza do trilho, mas o que viríamos a encontrar ultrapassou em muito o limite do razoável.
E as primeiras dificuldades encontramo-las assim que nos desviámos do alcatrão. Ainda não tínhamos percorrido 500 m e já o feno se enrolava à transmissão das montadas, inviabilizando em muito a progressão.
Dificuldades extremas em chegar ao Açude de Vale de Madeira!
A referência para a volta era a GRVC. Que não seguimos em muitos troços.
Assim, após o açude a opção proposta passava por seguir a calçada romana até à Ribeira das Cabras, bem próximo de Pinhel, prosseguindo depois ao longo da sua margem direita, de encontro à EN 221 que usámos até um pouco depois do cruzamento de Quinta Nova, até localizarmos o estradão que nos haveria de conduzir até ao gerador da mini-hídrica, já na margem esquerda do Coa, bem junto à foz da mencionada Ribeira e dentro das marcas da GRVC.
Mais uma vez viríamos a constatar que havíamos feito uma má opção, pois o percurso apresentar-se-ia muito sujo e de difícil progressão, apenas compensado pela brutal paisagem que nos era oferecida. Mais próximo o vale do Coa e, num horizonte mais afastado, a Serra da Marofa era referência.
A foz da Ribeira das Cabras apresentou-se nos limites do transitável.
Um pouco antes da pausa para o primeiro reforço alimentar, em Faia (julgo ser este o nome daquele aglomerado de casas, localizado a nascente do Azevo), o meu companheiro de viagem detectou um pequeno problema técnico na sua montada. O cabo que comanda o bloqueio da suspensão desprendeu-se e como não transportávamos connosco a ferramenta adequada (chave allen de 2 mm) não conseguimos resolver o incidente.
Não era impeditivo da progressão, apenas a tornava mais desconfortável!
Mesmo assim, decidimos ligar para a "assistência remota" que viria ao nosso encontro à entrada da Faia Brava, já depois de termos transposto o Coa pela Ponte da União (liga o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo a Cidadelhe, concelho de Pinhel).
Só que enquanto aguardávamos pela tal assistência demo-nos conta que também o pedaleiro da dita montada estava desapertado.
Não nos restou outra alternativa que não fosse colocar as montadas no "reboque" e seguir até Freixeda do Torrão, onde resolvemos aquelas pequenas avarias.
Aqui ainda o rapaz estava com a moral elevada!
Saindo de Freixeda do Torrão já a pedalar, fomos novamente de encontro à Faia Brava, onde reiniciámos a rota. Aqui alguns desacertos na progressão.
Paragem técnica no "Escondidinho", em Algodres, onde fizemos uma boa hidratação à base de coca-cola.
(Reconheço que não foi a opção mais correcta, mas era o que o corpo pedia!...)
Após Algodres deixámos as marcações da GRVC, flectindo ligeiramente a poente, aproximando-nos de Almendra por variante até à Ribeirinha de Algodres por fabuloso "rock garden", conhecido de outras aventuras.
Chegados à Ribeirinha de Algodres optámos por seguir as marcas vermelhas e brancas da GR pois o trilho estava intervencionado e limpo, do que nos viríamos a arrepender.
Aqui deveríamos ter optado por seguir o TRACK!
Doloroso o atravessamento da Quinta do Custódio, nas proximidades de Castelo Melhor. O trilho apresentou-se lavrado.
Lamentavelmente estas atitudes vão sendo usuais e têm como objectivo deliberado dificultar os acessos à propriedade.
Em Castelo Melhor nova "paragem técnica" num café local (junto à Igreja), onde nos viriam a facultar água bem fresquinha para o que ainda restava da jornada. De tal forma que quando cheguei ao topo da "parede" que liga ao acesso do Museu do Coa ainda transportava comigo alguma dessa água, que me soube pela vida!
Na ponte sobre o Coa, junto à foz, o Pedro "empenou". Só a muito custo e insistência trepou até ao Museu. O que fez contrariado.
Fartou-se de rezingar pois as expectativas para o dia eram altas, defraudadas em primeiro lugar pelos trilhos pouco "ciclaveis" e depois pelas avarias na sua novíssima 29er.
Como é que se consegue explicar a um jovem que as "máquinas" quando são novas necessitam sempre de alguns ajustes e afinações!

Grande dia BTT, com a melhor das companhias!
Como diz o ditado:  Posso ir só e irei muito bem. Em boa companhia, irei melhor, irei além!

P.S. - Em Faia um encontro, de todo, inesperado. Sabia que naquele lugar residia uma única pessoa. Um homem, com o qual nunca me tinha cruzado. O encontro aconteceu no Domingo passado. Bem estão a ver aquelas criaturas pré-históricas que costumamos ver nos filmes de época. Ao vivo e a cores. De meter medo. Desde a barba, de anos, até à indumentária, pelo andar arrastado...
Até a velha cadela, que lhe fazia companhia, me pareceu algo sinistra! ...

Ainda pensei em lhe fazer uma foto. Mas recuei na intenção pois temi reacção pouco amistosa!



Algumas fotos:


(Cruzeiro - Cinco Vilas - S. Julião do Pereiro)


 (Rio Coa - Açude)




 (O famoso açude de Vale de Madeira)


 (Ao fundo as ruínas da ponte romana de Cinco Vilas)


 (EN 221 - Ponte rodoviária sobre a Ribeira das Cabras)


 (Foz da Ribeira das Cabras)


 (Aldeia - Azevo)


 (Esperando pela assistência técnica)


(Varias opções)


(Faia Brava)




(Fonte do Cabeço - Algodres)


(Ribeirinha de Algodres)


(Almendra)


(Alto Douro vinhateiro . Quinta do Custódio e Castelo Melhor)


 (Extracção de xisto - Vila Nova de Foz Coa)


(Orgal)

 (Panorâmica do rio Coa - Acessos e escavações da barragem projectada e não construída)


 (Sobre o Museu do Coa)


Resumo do dia:


A que devem acrescer mais 7 Km, desde Freixeda do Torrão até à Faia Brava.


NOTA: Podem visualizar ou descarregar o TRACK aqui

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